sexta-feira, 29 de abril de 2016

MINDÚ, UM PASSEIO POLUIDO POR TODA MANAUS !!!

COM APROXIMADAMENTE 24 KM DE EXTENSÃO, O IGARAPÉ DO MINDÚ PASSEIA POR TODA MANAUS  ALTAMENTE CONTAMINADO POR TODOS OS TIPOS DE RESÍDUOS IMAGINÁVEIS: ESGOTOS DOMICILIARES, ESGOTOS INDUSTRIAIS,PRODUTOS AGROTÓXICOS....EUTROFIZADO, DESLIZA DA CIDADE DE DEUS ATÉ O MILLENIUM.
OLHA SÓ ESTE DOCUMENTÁRIO NA VOZ DO MEU AMIGO JUCEN RODRIGUES...

COMO REVITALIZAR O BALNEÁRIO DO PARQUE 10

TODA A ÁREA DO ANTIGO BALNEÁRIO ESTÁ DISPONÍVEL PRA SER FORMATADO UM PROJETO DE REVITALIZAÇÃO  QUE  INCLUI UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO, A REESTRUTURA E RECONSTRUÇÃO DO PADRÃO ANTIGO DOS  PRÉDIOS DO CENTRO DE LAZER , DA PISCINA EM "L", DAS COMPORTAS DE CONTROLE DE NIVEL DA ÁGUA.
A ESTAÇÃO  DE TRATAMENTO SERIA CONSTRUIDA NA ÁREA PARALELA A PONTE DA EFIGENIO SALLES, CABEÇA DA PISCINA. ALÉM DE FORNECER AGUAS LIMPAS, SERVIRIA COMO PADRÃO PRA SER ESTENDIDO AO LONGO DO CURSO DO IGARAPÉ DO MÍNDÚ.
PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO, QUADRAS E CAMPOS DE AREIA, JARDINS E ARBORIZAÇÃO COMPLETARIAM O PROJETO, QUE SERIA A MAIOR AÇÃO DO HOMEM FRENTE AOS SEUS ATOS COMO "PREDADOR DA NATUREZA" PARA ATENUAR O IMPACTO CRIADO DESDE 1975. NAS IMAGENS ABAIXO A VISÃO DA PISCINA , AINDA COM ÁGUAS LIMPAS E COMO ESTÁ ATUALMENTE. E MOSTRA UMA FONTE DE ÁGUA PURA QUE DESÁGUA NO MINDÚ POLUÍDO NUMA DESMONSTRAÇÃO DA NATUREZA AFIRMANDO SUA PRESENÇA ECOLÓGICA.



quinta-feira, 28 de abril de 2016

VAMOS PRO " BANHO " ?

A EXPRESSÃO "VAMOS PRO BANHO" ? ERA A MAIS PREFERIDA DOS AMAZONENSES ANTIGAMENTE. SIGNIFICAVA UM CONVITE PRA IR A ALGUM DOS BALNEÁRIOS DA CIDADE. TODOS QUERIAM OUVIR TAL EXPRESSÃO.
HOJE VAMOS AO TARUMÃ! CURTIR A CACHOEIRA E VAMOS PRO TARUMÃZINHO COMER PEIXE, FRITO, BATER BOLA E CURTIR AS ÁGUAS  GELADAS E PURAS DO RIO TARUMÃ. O LOCAL  ERA ASSIM ....!

ERA BOM  DEMAIS ! DESTRUÍMOS TUDO. SOMOS OS MAIORES PREDADORES DO PLANETA. A NOSSA AMBIÇÃO POR DOMINAR A NATUREZA TEM DEIXADO GRANDE  RASTRO DE DESTRUIÇÃO NOS RIOS, IGARAPÉS, MATAS, FAUNA, FLORA. O HOMEM É O MAIOR PREDADOR DO PLANETA. A NATUREZA SEMPRE DÁ RESPOSTA E COBRA EM ALTO PREÇO !!!


OS BALNEÁRIOS DE MANAUS ........JÁ FORAM ASSIM !

MANAUS DOS ANOS DE OURO, FOI MARCADA PELA CAPACIDADE HÍDRICA QUE MAPEOU OS PONTOS TURÍSTICOS  PELOS BALNEÁRIOS DA CIDADE, PODERIA AFIRMAR QUE A MINHA CIDADE É CORTADA POR RIOS  E RIACHOS  ONDE O "POVO" FAZIA  O SEU FINAL DE SEMANA.
A PONTA NEGRA, PRAIA NOBRE DA ZONA OESTE ONDE TODOS SE DELICIAVAM NAS ÁGUAS DO RIO NEGRO. O CAMINHO PRÁ LÁ ERA FORMADO POR UMA PEQUENA ESTRADA CHEIA DE CURVAS, ESTREITA, QUE MAL DAVA PARA DOIS VEÍCULOS SE CRUZAREM. NÃO TINHA NADA LÁ. TODOS TINHAM QUE LEVAR SUAS BEBIDAS E COMIDAS.  MUITO LEGAL! CURTIÇÃO DE FINAL DE SEMANA. OLHA SÓ !!

 EM 1970 A PRAIA ESTAVA ASSIM, LINDA , NATIVA, ATRAENTE, COM ÁGUAS PURAS E A EXUBERÂNCIA DO RIO NEGRO MAIS PARECIDO COM O MAR QUE NUNCA! ERA UM PERÍODO ONDE O HOMEM VIVA E CURTIA CADA SPAÇO QU A NATUREZA LHE OFERECIA. ERA ASIM NAS PRAIAS, NOS BALNEÁRIO NATURAIS QUE PONTUAVAM ALEGRIA E PRAZER PARA A POPULAÇÃO DA CIDADE. PERÍODO ONDE TODOS CURTIAM OS MESMOS ESPAÇOS  SEM A PREOCUPAÇÃO SOCIAL. A NÃO SER NOS CLUBES ONDE A ELITE FREQUENTAVA, COMO POR EXEMPLO A PISCINA DO ATLÉTICO RIO NEGRO CLUBE, ONDE "POBRE E PRETO"  NÃO ENTRAVA. A PONTA NEGRA MARCOU O CORAÇÃO DE MUITA  GENTE. MUITOS CASAIS FORAM FORMADOS NOS ENCONTROS DOS FINAIS DE SEMANA.
OS BIQUINES E MAIÔS E SUNGAS DA RAPAZIADA TOMANDO SOL EM BUSCA DO BRONZEADO DA PELE MACIA DO AMAZONENSE.
OS BARCOS SERVIAM DE TRANSPORTE PRA PRAIA. QUEM MORAVA DO OUTRO LADO DO RIO NEGRO, NO CACAU PIRÊRA E DE OUTRAS PARTES DA PRÓPRIA CIDADE DE MANAUS.


NÃO HAVIA ESGÔTO  DOMICILIARES E INDUSTRIAIS POLUINDO O RIO NEGRO, O HOMEM E A NATUREZA SE COMPLETAVAM NUMA INTERAÇÃO EMPÍRICA QUE FORMATAVA O QUE PODERIA SER DENOMINADO "PERFEITO". O SOL ERA PERFEITO E NÃO DANOSO COMO HOJE. OLHA SÓ COMO É HOJE !...LINDA E POLUÍDA!! PRÉDIOS, HOTÉIS!!! A NATUREZA TRISTE !
 A BELEZA DO HOTEL TROPICAL CONTRASTA COM A CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO NEGRO. O RIO ABSORVE TODOS OS RESÍDUOS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS, CONDOMÍNIOS, PRÉDIOS CONSTRUÍDOS NA ÁREA ADJACENTE À PRAIA.
A BELEZA DA ARQUITETURA DOS PRÉDIOS RESIDENCIAIS E EMPRESARIAIS DEFORMAM A BELEZA NATURAL  E ATIVA DO QUE JÁ FOI UM DIA O SIMBOLO DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA.
'Eu tive o prazer de viver os dois momentos  desse recanto natural. O momento NOBRE, quando tudo era nativo e puro e todos fazíamos parte da natureza e o momento atual de prédios, mega estrutura. Sinto falta dos velhos tempos da minha cidade" .



quarta-feira, 27 de abril de 2016

QUANDO MANAUS ERA TOP DE LINHA

ANTES DA ZONA FRANCA SER IMPLANTADA PELO GOVERNO MILITAR, MANAUS ERA UMA CIDADE TOP DE LINHA, POIS SEMPRE TEVE ALTO PIB DESDE OS TEMPOS DE "OURO DA BORRACHA". ERA UMA CIDADE CHEIA DE ÁRVORES, SUAS AVENIDAS ERAM CORTEJADA POR ARVORES FRUTÍFERAS OU BENJAMINS DE COPAS "ESCULTURADAS". SUA ARQUITETURA, DE ORIGEM INGLESA EXIBIAM PRÉDIOS COM FACHADAS COLONIAIS, AINDA EXIBEM, CINEMAS FREQUENTADOS ,ASSÍDUAMENTE, POR PESSOAS ELEGANTEMENTE VESTIDOS PARA ASSISTIREM  AS SESSÕES DE SÁBADO," ONDE MEU PAI E MINHA MÃE NUNCA PERDIAM  UM FILME", E AS MATINÊS DE DOMINGO:ANTES, MATINAL ÀS 08 H COM EXIBIÇÃO DE DESENHOS PRA CRIANÇADA ( DEPOIS DA MISSA NA IGREJA DE SANTA RITA) COM SESSÃO DUPLA E MAIS UM SERIADO, DEPOIS A SESSÃO DAS QUATRO( 16 H) E FINALMENTE À SESSÃO DAS OITO ENCERRANDO.
ME LEMBRO BEM DO SAUDOSO " PORTUGUÊS", FUNCIONÁRIO FIEL DO "SEO" ADRIANO BERNARDINO, DONO DA REDE CINEMA BERBARDINO QUE ERA CONSTITUÍDA  POR SETE  CINEMAS : CINE YPIRANGA, NA CACHOEIRINHA, CINE VITÓRIA NO EDUCANDO, CINE AVENIDA , NO CENTRO DA CIDADE,  CINE GUARANY TAMBÉM BO CENTRO DA CIDADE, CINE EDEN ,CENTRO, CINE POPULAR NA PRAÇA 14, CINE IDEAL NO SÃO RAIMUNDO CORRENDO DE CARRO PRA "CIMA E PRA BAIXO" COM OS ROLOS DE FITAS DOS FILMES EM CARTAZ PRA ATENDER A TODAS ÀS SESSÕES EM TODOS OS CINEMAS  DA CIDADE. TEMPO BOM DEMAIS !!!
NAS SESSÕES DE CINEMA, O GRANDE LANCE ERA DAR UM " ACÔCHO" NAS MINAS. UNS AMASSOS. UNS BEIJINHOS E PEGAR NA MÃO" ERA BOM DEMAIS!!
MANAUS  OFERECIA, GRATUITAMENTE, SEUS IGARAPÉS, CACHOEIRAS E PRAIAS DE AREIA BRANCA E ÁGUA DOCE. O BALNEÁRIO DO PARQUE 10 DE NOVEMBRO, ERA DESLUMBRANTE, SUAS ÁGUAS ESCURAS, GELADAS E LIMPAS DETERMINAVA A ALEGRIA DE CADA PESSOA QUE NADAVA, MERGULHAVA E SALTAVA EM ACROBACIAS DE EXIBIÇÃO PRAS MINAS. A PISCINA EM FORMA DE "L" DEIXAVA DESLIZAR O IGARAPÉ DO MINDÚ. A PONTA NEGRA ERA EXUBERANTE, PRIMITIVA E EMPÍRICA. O TARUMÃO OFERECIA DOIS PONTOS: A CACHOEIRA DO TARUMÃ GRANDE E A DO TARUMÃ PEQUENO, O RIO TARUMÃ DELICIAVA A TODOS OS FREQUENTADORES. PODÍAMOS IR PRA PONTE DA BOLÍVIA, PULAR DA PONTE, DO TRAMPOLIM. TUDO ERA TOP DEMAIS NA CIDADE DE MANAUS. NÃO HAVIA IMPACTO AMBIENTAL. O HOMEM ERA PURA PARTE BIOLÓGICA DA NATUREZA. NÃO HAVIA DESTRUIÇÃO DE NADA.





O FUTEBOL DOS FINAIS DE SEMANA NA COLINA E NO PARQUE AMAZONENSE, E CHEGANDO O VIVALDÃO,

COM LOTAÇÃO TOTAL, TIMES COMPETITIVOS FORMADOS POR JOGADORES LOCAIS E COM DIRIGENTES FIÉIS AO SEUS CLUBES. LEMBRO DO LABOR, ESTRELA DO NORTE, SMOTE,INTRNACIONAL, CLIPPER, ALÉM DOS CHECIDOS ATÉ HOJE COMO NACIONAL, FAST, PRINCESA, SULAMÉRICA, RIO NEGRO, AMÉRICA, SÃO RAIMUNDO, OLIMPICO, RODOVIÁRIA, PENAROL,,,CONTEXTO BOM DEMAIS ! ASSIM ERA MANAUS TOP DE LINHA!!! ATÉ O DISTRITO INDUSTRIAL SURGIR !!! ESTRAGOU TUDO !!

terça-feira, 26 de abril de 2016

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO DO IGARAPÉ DO MINDÚ SOBRE O BALNEÁRIO DO PARQUE 10


EFEITO DA EUTROFIZAÇÃO DO IGARAPÉ DO MINDÚ SOBRE O BALNEÁRIO DO PARQUE 10 DE NOVEMBRO


FERNANDO RODRIGUES DE ALMEIDA
Autores

RESUMO:


O Igarapé do Mindú e o Balneário do Parque 10 de Novembro formaram o  maior centro de lazer   projetado em Manaus. Foi um empreendimento específico para dar qualidade de vida aos moradores da cidade de Manaus e seus visitantes. Porém, o crescimento desordenado da cidade, a ação antrópica , sem planejamento, a construção, em áreas próximas ao leito do igarapé, de conjuntos  habitacionais  e o surgimentos  de novos bairros, pelas invasões na área  adjacente , além de atividades industriais, provocaram  a eutrofização das águas do mesmo, que percorre grande parte cidade de Manaus, numa extensão de 22 km, recebendo redes de esgotos residenciais e industriais que poluíram todo o leito, um contexto sócio-histórico o que, ao longo do tempo, culminou com  interdição do Balneário do Parque 10 e  consequentemente sua desativação como centro de lazer. Neste estudo mostraremos os efeitos da poluição do Igarapé do Mindú sobre o balneário do Parque 10 de Novembro. O impacto ambiental provocado, e o processo de degradação de todo o complexo na linha do tempo desde a sua inauguração  até os dia de hoje.

PALAVRAS-CHAVE: Igarapé do Mindú, balneário do parque 10, eutrofização.


ABSTRACT

The Igarapé Mindú and the Thermal Park November 10 formed the largest leisure center designed in Manaus. It was a specific undertaking to give quality of life to residents of M and its visitors. However, the disorderly growth of the city, the anthropic action without planning, construction in areas near the bed of the stream, the housing and the appearances of new neighborhoods, the raids in the surrounding area, as well as industrial activities caused eutrophication the waters of the same, which runs through much of the city of Manaus, a distance of 22 km, receiving networks of residential and industrial waste that polluted the entire bed, a social-historical context which, over time, led to ban the Spa Park 10 and therefore its deactivation as a leisure center. In this study we show the effects of pollution of the Igarapé Mindú on the resort of Park 10 November. The environmental impact, and the process of degradation of the entire complex on the timeline since its opening to the day.

Key-words: Igarapé do Mindú, resort park 10, eutrophication.

1.INTRODUÇÃO

O Balneário do Parque 10 de novembro foi o maior centro de lazer projetado para dar qualidade vida aos manauaras. Sua piscina era abastecida pelas águas correntes e límpidas do Igarapé do Mindú. Este estudo é uma proposta científica que visa registrar os fatos ocorridos desde a sua inauguração até o momento em que foi interditado e tem como objetivo elaborar uma análise de parâmetros com abordagem diretas nas ações antrópicas, os efeitos da eutrofização, fenômeno que motiva excesso de nutrientes (composto químico rico em Fósforo e Nitrogênio) numa massa de água, ou seja, é uma super – fertilização do meio aquático das águas do Mindú. Confirmado por (NETO & FERREIRA, 2007) a eutrofização é causada por “Esgotos domésticos e águas residuárias provenientes de diversas atividades que contribuem com elevadas cargas orgânicas; as indústrias com uma série de compostos sintéticos e elementos químicos potencialmente tóxicos; e as atividades agrícolas com a contaminação por pesticidas e fertilizantes ricos em sais minerais, fatos diretos que contaminaram as águas do Mindú. Um estudo voltado para uma análise sócio-histórica do complexo de lazer e o impacto ambiental provocado na área do contexto. Iremos mostrar porque foi construído, qual o objetivo, como e quando foi utilizado pelos habitantes da cidade, sua importância e o efeito social ao desaparecer como opção de recreação na área. A contaminação das águas do balneário se deu por conta da descarga  de esgotos domiciliares das casas dos conjuntos habitacionais, inicialmente.
De acordo com SMITH & SCHINDLER (2009), a palavra eutrófico significa rico em nutrientes e eutrofização ou eutroficação vem do grego eu, “bem” e trophein “nutrir” ou seja: bem nutrido. Este estudo fará uma investigação sobre o processo de Eutrofização do Igarapé do Mindú, ao longo do tempo, analisar a relação do balneário  com a construção de conjuntos habitacionais próximos ao pequeno rio. O maior deles, o conjunto castelo branco deu o impulso inicial pra poluir o igarapé. O surgimento de novos bairros na área da extensão das águas do riacho foram elementos somadores ao processo eutrófico. Estudos comprovam que o nitrogênio e o fósforo presentes nos rios e lagos são nutrientes de grande importância à cadeia alimentar, entretanto, quando descarregados em altas concentrações em águas superficiais e adicionado de esgotos domiciliares, matam a vida e se torna imprópria a qualidade da água para lazer..
O BALNEÁRIO DO PARQUE 10 E O CONTEXTO HISTÓRICO
 Alguns fatos históricos ocorreram para o surgimento do parque de lazer. O Balneário do Parque 10 de Novembro foi criado em 1938, quando um ano antes, em 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas havia fechado o Congresso Nacional, instalado o Estado Novo. O endurecimento do regime não impediu que, em Manaus, fosse criado tal projeto, estruturado para receber as famílias amazonenses em sua piscina natural, abastecida pelas águas límpidas do igarapé do Mindu, em vasta área verde, com zoológico e um restaurante para a satisfação gastronômica dos freqüentadores.


O acesso ao balneário se dava pela rua Recife, que descia do bairro de Adrianópolis, em pista pavimentada de cimento, até o Parque 10. Nas imediações, onde hoje está aberta a Avenida Efigênio Sales, uma vereda, antigamente conhecida por V-8, levava a inúmeras chácaras, todas tendo ao fundo o igarapé do Mindu, formando banhos particulares. O bairro estava nos limites extremos de Manaus e, ao atravessar o igarapé, a floresta predominava em toda sua extensão. O local permaneceu por muito tempo como enorme área de lazer, onde os manauaras se refrescavam dos dias quentes e se esqueciam do mormaço econômico que insistia em medrar no Amazonas.
Imagem da internet mosstra a beleza do  Balneário do Parque 10 de Novembro

No entanto, a área do Parque 10 sofre todas as conseqüências advindas de nova mudança de regime político, agora com o golpe de Estado de 1964, praticado pelos militares, que resultou na criação da Zona Franca de Manaus e na edificação do conjunto residencial Castelo Branco, para atender a política habitacional do novo governo. Construído pela Cohabam (Companhia Habitacional do Amazonas), com recursos federais, o conjunto é inaugurado em 1969 e começa a receber seus primeiros moradores, que ocupam as casas sem toda a infra-estrutura desejada para moradias.Tais fatos encaminham todo o processo de poluição das águas do igarapé do Mindú, Esgotos e águas residuais do conjuntos foram despejadas no pequeno rio.

As melhorias urbanísticas não tardaram a chegar. As ruas foram asfaltadas em 1973 e, no ano de 1977, atendendo ao pedido da comunidade que sentia necessidade de um local que proporcionasse entretenimento e prestação de serviço, o então prefeito Jorge Teixeira de Oliveira deu início à construção do CSU (Centro Social Urbano), com recursos do PNCSU (Plano Nacional de Centros Sociais Urbanos). O CSU seguiu o mesmo protocolo de homenagens do período e recebeu o nome do primeiro presidente do regime militar, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, inaugurado em 25 de julho do mesmo ano.
O projeto beneficiava a comunidade com uma extensa área verde, duas piscinas, quadra polivalente e dois campos de futebol. Foi construída também uma creche em tempo integral, atendendo a crianças com idade de três a cinco anos. Enquanto o balneário do Parque Dez perdia seu esplêndor dos primeiros tempos, esquecido pela população que buscava novos recantos de lazer pela cidade, favorecida agora com abertura de novas vias de acesso para a Ponta Negra e o Tarumã, em torno do conjunto Castelo Branco se formou uma grande área de conjuntos habitacionais, como o Jardim Meridional, Parque Tropical, Pindorama, Jardim Yolanda, Jardim Amazonas, Samambaia, Itaoca, Consag, Vila da Barra, Murici I e II, Uirapuru, Mucuripe, Eldorado, Novo Horizonte, Juliana, Novo Mundo, Jauaperi, Jardim Primavera, Jardim Oriente, Nova Friburgo, Sausalito, Malibu, Jardim Imperial, Verdes Mares I e II, Ipanema, Barra Bela, Vila do Rey, Arthur Reis, Encol, Real, Parque Shangri-lá I a VII, Califórnia e Itália.Periodo de crescente impacto ambiental para o Iagarapé do Mindú, que recebeu toda a carga de poluição líquida  advinda das moradias criadas nas áreas adjacentes do Igarapé do Mindú.
Estas novas moradias deram ao bairro seu aspecto atual de importante área residencial, a quarta em rende per capita de Manaus. Numa tentativa de restaurar o antigo atrativo do balneário, o prefeito de Manaus, José Fernandes, empreendeu uma reforma total na área, mas não alcançou o mesmo sucesso de outrora devido ao comprometimento da qualidade das águas do igarapé do Mindu, que sofria as primeiras agressões ambientais por causa das inúmeras residências que despejam os esgotos em seu leito. No entanto, para preservar as imensas áreas verdes do bairro foi criado, em 1992, o Parque Municipal do Mindu, como área de interesse ecológico de 330.000 metros quadrados. No parque, são desenvolvidas atividades científicas, educativas, culturais e turísticas. É um dos últimos refúgios do sauim-de-manaus, macaco que só existe na região da cidade e está ameaçado de extinção. A atenuação do impacto pela preservação da área não contemplou as águas do riacho.
2. HOMEM E O MEIO AMBIENTE :  CONTEXTO  HÍDRICO

2.1. Para contextualizar este estudo mostraremos o fator de distribuição de águas de superfície no Brasil e o quanto a região Amazônica é beneficiada pela natureza. A descarga de água doce nos rios brasileiros é muito alta. Uma vazão média anual de 179 mil m3 s, o que corresponde a 12% do sistema hídrico mundial. Porém há grandes disparidades regionais em termos de distribuição hídrica superficial, a região Amazônica detém, cerca de 70 % dos recursos hídricos superficiais, pra análise de referência, o Rio Amazonas, corta toda a região , em uma área equivalente a 44 % do território nacional, ocupada por apenas 4,5 % da população brasileira.
Mesmo com sistema majoritário de água doce superficial, o Amazonas  sempre teve déficit de água tratada domiciliar, só mais recentemente, quando o serviço fornecedor foi privatizado, ocorreu a otimização da qualidade da água e, somente na capital.
Um processo que avança com a expansão na distribuição por zonas de novos bairros, enfrentando o desafio da relação homem-natureza que destrói a cada dia o contexto hídrico.



2.2.  HOMEM NA NATUREZA COMO CENTRO DO MUNDO E COMO PARTE BIOLÓGICA
        
         Podemos definir este processo analítico seguindo dois parâmetros científicos: o que caracteriza o homem como membro biológico da natureza, uma peça que faz parte do equilíbrio ecológico ou como ser dominador, dotado de conhecimentos e sabêres que o tornam capaz de dominar a natureza e usá-la como quiser e  tem sido responsável ao longo da história por grandes danos ambientais e que tais transformações atingem de forma global o planeta. Neste contexto, os avanços tecnológicos criam possibilidade de poder absoluto do homem sobre a natureza que não se dá conta que se vencê-la voltará do lado perdedor, pois a ilusão de domínio permanente da mesma. Segundo Bacon “ ciência é o conhecimento que pode ser usado para dominar e controlar a natureza”. Nesse caso a natureza era vista como um objeto a serviço do homem e deveria ser escravizada.
O poder predatório do homem na natureza, vem desde o século XVI, da cultura que cerca o ocidente, que trata o mesmo não como parte que integra mas como o elemento que domina a natureza e a usa  como uma força capaz de transformá-la e ter domínio da mesma. Tudo surgiu a partir da II GUERRA MUNDIAL, até então mesmo como a industrialização, o processo produtivo que utilizava os recursos naturais não renováveis eram modestos.  Depois deste momento, o homem aumentou a capacidade industrial de produção sem a menor preocupação com o que poderia acontecer no futuro. A criação de produtos com substâncias não absorvíveis já projetava danos incalculáveis e imprevisíveis
A consciência dos problemas ambientais começa na década de 50 e 60. Alguns países do primeiro mundo começam e destacar problemas na natureza, porém de forma localizada. Em Manaus, o sistema natural estava intocável. Os centros de lazer da cidade estavam  ligados diretamente aos igarapés e rios dentro da cidade.
Nos anos 60 surgem as primeiras manifestações dos ecologistas e pacifistas expressando a crítica “ética utiliitarista”. Tais “ movimentos ecológicos “, deram a partida  na história da mobilização social e dação coletiva: “ movimento de portadores de valores e interesses universais que ultrapassaram fronteiras de classes, sexo, raça e nação”.
       Podemos considerar que a década de 70 foi o despertar da consciência ecológica em todo o planeta, quando o efeito antrópico passa a ser percebido no planeta. Os fatos marcantes aconteceram como a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972 e o Relatório Meadows  (1972) do MIT, que deu origem ao livro “ Limite do Crescimento “. Autores de diversas posições teóricas, constatam “que o mundo é um sistema complexo que apresenta limites intransponíveis e que perpassar tais limites representa ameaça a  sobrevivência da espécie humana”.
Os membros do MIT, por solicitação do Clube de Roma, descrevem no Relatório Meadows, uma análise que impõe limites as atividades econômicas que provocam poluição, contaminação de pessoas por substâncias agrotóxicas, desperdícios. Os fatos passam a ser vistos como  ameaça  ‘as atividades econômicas.
       Schumaker, em 1973 , faz diversas advertências em seu livro  Small is Beautful ( O Negócio é Ser Pequeno ). Rela que as inovações científicas e tecnológicas dão ao homem a ilusão de poderes ilimitados sobre a natureza e ter resolvido os problemas de produção. O livro descreve uma preocupação  com os combustíveis fósseis não renováveis e conduz o homem a utilizar a energia nuclear gerando problemas de maior gravidade como o lixo e desastre. Para Schumaker devemos criar padrões voltados para um novo estilo de vida com propostas produtivas planejadas para serem permanentes.
Fritjof Capra, em 1987, no livro O Ponto de Mutação, afirma que todas as manifestações da crise que se vive hoje em dia, são facetas diferentes de uma só crise, que é “uma crise de percepção”. Para  ele, o” problema deriva do fato de estarmos tentando aplicar os conceitos de uma visão de mundo obsoleta_  a visão de mundo mecanicista da ciência cartezina-newtoniana, uma realidade que não pode ser entendida hoje, tendo em vista que o mundo é interligado em tempo real onde os fenômenos  biológicos, sociológicos, psicológicos e ambientais, são interdependentes, logo, esse mundo precisa de uma visão ecológica que a cartesiana não nos oferece.
O mundo em tempo real, mostra o quanto estamos submetidos  ao processo de destruição pelo descaso com a natureza. O perigo global mostra a guerra nuclear, o lixo atômico, o perigo das usinas nucleares , o efeito estufa e o enfraquecimento da camada de ozônio na atmosfera. Para Engels, em pleno século XIX, já observava em 1976, que o homem, a cada dia conhece mais as leis da natureza e seus efeitos e mesmo tendo levado anos, milênios, para se calcular  os efeitos das ações humanas sobre a natureza no que se refere a produção. Os efeitos sociais são difíceis de serem calculados e proporciona a dificuldade de regular e dominar e dominar tais consequências.
Quanto a isso, Liszt Vieira afirma” que é preciso qualificar o desenvolvimento diferenciando-a do simples crescimento econômico . Mas precisamente é preciso submeter a todo e qualquer desenvolvimento a uma crítica ecológica e não apenas econômica. A qualificação ecológica do desenvolvimento propõe uma visão de toda a aparelhagem econômica. Critica veementemente a postura na qual o homem se opõe a natureza.

2.2. AMAZONAS : HOMEM-NATUREZA

       No Amazonas o homem se apresenta sob duas formas diferentes sob a visão de mundo: o homem como centro do mundo capaz de dominar a natureza e o homem como parte integrante da natureza, sendo um dos elementos da cadeia biológica.
 A primeira visão é que tem se mantido na região, sendo responsável pela ocupação do espaço amazônico e a desordem ecológica.
Como centro do mundo o homem  age sobre a natureza como  donOminador e  suas ações socioeconômicas contrariam esse fato o que tem se tornado fator de desordem ecológica na região.
Os problemas sociais no Amazonas decorrem  do processo de degradação  do meio natural. A partir da década de 70, os problemas sociais foram acentuados e provocaram ações antrópicas que atingiram diretamente os sistemas hídricos, florestais, faunas, floras e ar.
O processo de ocupação da  Amazônia foi direcionado para atender objetivos estratégicos como a defesa das fronteiras, das riquezas naturais,  uma questão de segurança nacional. O modelo foi implantado durante o governo militar e não foi pensado enquanto desenvolvimento social e não refletiu as reais necessidades dos habitantes quanto adequação as características ambientais da Amazônia. Nesse contexto foram extintos os organismos de proteção a borracha, o Banco da Borracha e a Superintêndencia do Plano de Valorização da Amazônia (SPVEA)   e foi criada a  Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), neste contexto, estimulou-se a implantação de empreendimentos industriais em Manaus e, por meio da SUDAM incentivou-se  a criação de projetos agropecuários e agroindustriais em toda a Amazônia Legal.
O BIRD ( Banco Internacional de Reconstrução e Desenvimento) veio para promover o desenvolvimento capitalista na Amazônia., o que provocou uma febre de migrantes de todos os lugares do Brasil e do mundo em busca do Eldorado Amazônico.


Uma das atividades que melhor atendeu a estratégia de ocupação foi a pecuária, o que foi desastroso pro meio ambiente provocando forte impacto.
Nos anos 80 a extração de minério foi incentivada por empresas estatais como a Vale do Rio Doce em programas como  A GRANDE CARAJÁS  COM A Vale do Rio Doce e outras empresas estrangeiras . Entretanto a exploração de jazidas  conhecidas, causaram impactos sociais entre garimpeiros e índios na disputa pela terra
O Distrito Industrial de Manaus, hoje Pólo Industrial de Manaus (PIM), foi o responsável pelo maior dano causado aos igarapés da cidade. O alta quantidade de empregos gerados trouxe novos moradores  e provocou a maior ação antrópica nas águas de superfície dos igarapés que cortam toda a cidade de Manaus, entre os quais o Igarapé do Mindú
Passados tantos anos,  os conflitos sociais resultaram em fatores de degradação do meio ambiente, com desmatamento, poluição do ar, falta de saneamento báslco, falta de moradia planejada  que provocaram as invasões  e  ocupação das margem dos igarapés e rios, com esgotos inseridos nos leitos uma vez que os projetos de capitalização da Amazônia não favoreceram a natureza e influenciaram diretamente, pelo chamado “progresso”, na poluição  de todo o sistema hídrico de superfície. Os projetos de larga escala que contraria cientistas como  Schumaker que defende modelos econômicos baseado em pequenas atividades  afim de que seus impactos sejam mais facilmente regenerados pela natureza.

 O HOMEM E A NATUREZA EM MANAUS

A preocupação com o meio ambiente foi iniciada em 1972 pelo Clube de Roma, que encomendou do MIT ( Instituto Tecnológico de  Massachussets) um relatório, voltado para abordar as questões ambientais no mundo. Clube de Roma e o “Crescimento Zero” “Limites do Crescimento” (The Limits to Growth). Neste ano, as águas do Mindú já estavam poluídas por ações antrópicas .
O Igarapé do Mindú , é um  pequeno rio, extensão de 22 km , corta a cidade da zona lesta a oeste,sua trajetória contempla muitos bairros de Manaus: Cidade de Deus, Jorge Teixeira, São Jose´, Aleixo, Parque 10, Adrianópolis, Vieiralves, São Jorge, Compensa e deságua com todo seu lixo acumulado, na baia do São Raimundo atingindo em cheio o Rio Negro. Suas nascente ficam dentro da reserva Duque numa área denominada nascentes do Mindú. O mapa abaixo mostra  todo o trajeto percorrido pelo igarapé dentro da cidade.Na imagem do satélite, o percusso do igarapé do Mindú da nascente até a foz no Rio Negro.
O estudo, é uma proposta científica de análise quando o igarapé atinge a região do bairro do parque 10 de novembro e alimenta a piscina do centro de lazer denominado Balneário do parque 10. Uma contextualização dos problemas que ocorreram ao longo do tempo, processando dados do impacto ambiental provocado por ações antrópicas em função da falta de planejamento dos órgãos governamentais que não tiveram preocupações voltadas para o meio ambiente. Era um mundo empírico da interação homem-natureza.
Em 1938 , ano em que foi iniciada a obra de construção do balneário do parque 10 de novembro, não havia estudos , nem projeto que comtemplasse o meio ambiente. O homem e natureza interagiam empiricamente sem danos pra ambos. Os rios e igarapés serviam de lazer e alimentação para população, pois a pesca era abundante . A água distribuída na cidade de Manaus era natural e escura vinda do rio negro, sem tratamento algum. Manaus, era constituída do centro da cidade, o bairro de aparecida, bairro da cachoeirinha, bairro de educandos, bairro da compensa, bairro de flores, bairro do Aleixo, bairro de são Raimundo, bairro de Petrópoles e bairro de São Francisco, bairro de são Jorge, as zonas leste, norte e oeste eram minoritárias quanto a densidade demográfica.
Na imagem abaixo, a beleza comprovada do Balneário do Parque 10 e a participação popular nos finais de semana e durante a mesma.  Grande parte da população frequentava o balneário. Os passeios populares  eram planejados pelas famílias manauaras e visitantes como afirmam  historiadores e moradores antigos da capital.
Imagem da internet – Baú Velho 2016

2. AGUA DE SUPERFÍCIE NO BRASIL

2.1. Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus é entrecortada por 148 igarapés. Estudos registram que a descarga de água doce nos rios brasileiros é muito alta. Uma vazão média anual de 179 mil m3 s, o que corresponde a 12% do sistema hídrico mundial. Porém há há grandes disparidades regionais em termos de distribuição hídrica superficial, a região Amazônica detém, cerca de 70 % dos recursos hídricos superficiais, pra análise de referëncia, o Rio Amazonas, corta toda a região , em uma área equivalente a 44 % do território nacional, ocupada por apenas 4,5 % da população brasileira.
Mesmo com sistema majoritário de água doce superficial, o Amazonas  sempre teve déficit de água tratada domiciliar, só mais recentemente, quando o serviço fornecedor foi privatizado, ocorreu a otimização da qualidade da água e, somente na capital.
Um processo que avança com a expansão na distribuição por zonas de novos bairros, enfrentando o desafio da relação homem-natureza , estabelecendo o homem como centro do mundo, dominador da natureza e como tal destrói a cada dia o meio ambiente incluindo o contexto hídrico, o que contempla Descartes e Bacon.

2.2.  HOMEM PREDADOR

        O poder predatório do homem na natureza, vem desde o século XVI, da cultura que cerca o ocidente, que trata o mesmo não como parte que integra mas como o elemento que domina a natureza e a usa  como uma força capaz de transformá-la e ter domínio da mesma. Tudo surgiu a partir da II GUERRA MUNDIAL, até então mesmo como a industrialização, o processo produtivo que utilizava os recursos naturais não renováveis eram modestos.  Depois deste momento, o homem aumentou a capacidade industrial de produção sem a menor preocupação com o que poderia acontecer no futuro. A criação de produtos com substâncias não absorvíveis já projetava danos incalculáveis e imprevisíveis
       A consciência dos problemas ambientais começa na década de 50 e 60. Alguns países do primeiro mundo começam e destacar problemas na natureza, porém de forma localizada.
Nos anos 60 surgem as primeiras manifestações dos ecologistas e pacifistas expressando a crítica “ética ulititarista”. Tais “ movimentos ecológicos “, deram a partida  na história da mobilização social e dação coletiva: “ movimento de portadores de valores e interesses universais que ultrapassaram fronteiras de classes, sexo, raça e nação”.
Rrio Negro e a praia da Ponta Negra sem poluição

       Podemos considerar que a década de 70 foi o despertar da consciência ecológica em todo o planeta, quando o efeito antrópico passa a ser percebido no planeta. Os fatos marcantes aconteceram como a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972 e o Relatório Meadows  (1972) do MIT, que deu origem ao livro “ Limite do Crescimento “. Autores de diversas posições teóricas, constatam “que o mundo é um sistema complexo que apresenta limites intransponíveis e que perpassar tais limites representa ameaça a  sobrevivência da espécie humana”.
Os membros do MIT, por solicitação do Clube de Roma, descrevem no Relatório Meadows, uma análise que impõe limites as atividades econômicas que provocam poluição, contaminação de pessoas por substâncias agrotóxicas, desperdícios. Os fatos passam a ser vistos como  ameaça  ‘as atividades econômicas.
       Schumaker, em 1973 , faz diversas advertências em seu livro  Small is Beautful ( O Negócio é Ser Pequeno ). Rela que as inovações científicas e tecnológicas dão ao homem a ilusão de poderes ilimitados sobre a natureza e ter resolvido os problemas de produção. O livro descreve uma preocupação  com os combustíveis fósseis não renováveis e conduz o homem a utilizar a energia nuclear gerando problemas de maior gravidade como o lixo e desastre. Para Schumaker devemos criar padrões voltados para um novo estilo de vida com propostas produtivas planejadas para serem permanentes.
Fritjof Capra afirma que todas as manifestações da crise que se vive hoje em dia, são facetas diferentes de uma só crise, que é “uma crise de percepção”. Para ele, o” problema deriva do fato de estarmos tentando aplicar os conceitos de uma visão de mundo obsoleta_  a
visão de mundo mecanicista da ciência cartezina-newtoniana, uma realidade que não pode ser entendida hoje, tendo em vista que o mundo é interligado em tempo real onde os fenômenos  biológicos, sociológicos, psicológicos e ambientais, são interdependentes., logo, esse mundo precisa de uma vião ecológica que a cartesiana não nos oferece.
O mundo em tempo real, mostra o quanto estamos sumetidos  ao processo de destruição pelo descaso com a natureza. O perigo global mostra a guerra nuclear, o lixo atômico, o perigo das usinas nucleares , o efeito estufa e o enfraquecimento da camada de ozônio na atmosfera. Para Engels, em pleno século XIX,observava que o homem, a cada dia conhece mais as leis da natureza e seus efeitos e mesmo tendo levado anos, milênios, para se calcular  os efeitos das ações humanas sobre a natureza no que se refere a produção. Os efeitos sociais são difíceis de serem calculados e proporciona a dificuldade de regular e dominar e dominar tais consequências.
Quanto a isso, Liszt Vieira afirma” que é preciso qualificar o desenvolvimento diferenciando-a do simples crescimento econômico . Mas precisamente é preciso submeter a todo e qualquer desenvolvimento a uma crítica ecológica enão apenas econômica. A qualificação ecológica do desenvolvimento propõe uma visão de toda a aparelhagem econômica. Critica veementemente a postura na qual o homem se opõe a natureza.


3. O BALNEÁRIO DO PARQUE 10 DE NOVEMBRO

O projeto de construção iniciou-se em 1938, uma idéia do prefeito Antonio Maia, para dar qualidade de vida aos manauenses e foi concluída por Antóvilla Mourão Vieira em 1943 como mostra a imagem abaixo da placa de inauguração .
Imagem da internet- 2016

Foi um projeto ousado, pra época, de larga escala da engenharia. Uma obra gigantesca em um período onde nem havia transporte em Manaus, poucos carros circulavam na cidade, período onde o transporte público eram os bondes. A grande maioria da população caminhava para se divertir no balneário.  Os mais ricos preparavam suas comidas e guaranás e levavam em cestas pra alimentação do dia inteiro. Pra manter gelado os refrigerantes, as garrafas eram colocadas dentro da água da piscina.
Os bondes saiam do centro pra estação na igreja de Nossa Senhora e Nazaré no bairro de Adrianópolis e o restante  do percurso era uma caminhada  pela estrada do parque 10, rua recife. O outro percurso o bonde saía do centro até o cruzamento da estrada de flores com o V-8, hoje avenida Constantino Nery com a Darcy Vargas.
Imagem da internet 2016 Transporte coletivo por Bondes

O centro de lazer ocupava uma área de 50 hectares, com terreno arenoso, próprio pro lazer desportivo, cercado de um bosque  em potencial e uma piscina de água natural em forma de  ‘L’ . O projeto foi moldado em concreto no sentido norte-sul-leste-oeste, sendo o segmento norte-sul de 43,80 m e o leste-oeste 110 m, com largura na extensão total de 20 m e profundidade máxima de 2,5 m.
A jusante foi construída  com duas comportas de 1 metro quadrado para dar vazão e controlar o nível da água da piscina, e formava uma cachoeira quando transbordava.
Foi construído um prédio com 16,5 m de largura , 20 m de comprimento, era o clube dançante e restaurante, banheiros e vestiários pra suporte aos banhistas. cercada por floresta intrínseca. Manaus limitava-se ao norte com o balneário do Parque 10.
Imagem da internet 2016 - Piscina do Balneário do Parque 10 e toda a estrutura  O restaurante recebia os frequentadores  do balneário com música, banheiros e vestiários.

Para atender as crianças, foi construído uma piscina com 15 m de comprimento, 10 m de largura e profundidade de 60 cm, cercada por bancos de concreto e gramado, uma estrutura  que acoplada ao  zoológico na área do bosque com animais da região amazônica.
O momento de puro empirismo que favoreceu o amplo contexto de toda região de lazer do balneário. O homem como parte integrante da biologia natural sem, com a marca da cultura da região sem influência de qualquer tipo importado de outras regiões.

A cidade respirava ares da europa na economia pois a borracha extraída da seringueira determinava o ritmo da economia local. O transporte da cidade era realizado por bondes. Os moradores  utilizavam duas linhas: do centro  via flores ,vila municipal, cachoeirinha e centro. O sentido inverso centro, cachoeirinha, vila municipal , flôres e centro. Os moradores da cachoeirinha faziam sua parada na igreja Nossa Senhora e Nazaré na vila municipal e caminhavam, cerca de dois km até ao balneário. Os que saíam do centro da cidade desciam em flores na esquina da estrada do V-8 com a estrada de flores ( João Coelho)( Constantino Nery hoje ) e também caminhavam até o balneário do parque 10, cerca de 1000 metros ( 1 km). O balneário era localizado na esquina do V-8 com a rua Recife, o mesmo local atual.
Bonde atravessando a Ponte de Ferro na av. 7 de setembro
Os bondes faziam o transporte público da cidade de Manaus e como observamos na imagem, eram movidos a eletricidade sem causar danos ao meio ambiente. Depois da desativação dos bondes, vieram os ônibus de madeira, uma transformação realizada nas próprias garagens de caminhões que retiravam suas carrocerias e sobre os eixos eram fixados cabines de madeira com assentos para os passageiros. Prevaleciam , na época, as marcas Ford e Chevrolet. Alguns desses coletivos ficaram famosos na cidade de Manaus : O Radiante, o Ana Cássia, o Inconfidente e depois chegarm os coletivos modernos conhecidos como “ Rabo Quente “, em virtude dos motores ficarem na trazeira. Poluição do ar provocados pelos motores a gasolina e a diesel.
Imagem da internet 2016-do substituiram os bondes
Para atender as crianças, foi construído uma piscina com 15 m de comprimento, 10 m de largura e profundidade de 60 cm, cercada por bancos de concreto e gramado, uma estrutura  que acoplada ao  zoológico na área do bosque com animais da região amazônica.
A Onça pintada e a Anta eram as grandes atrações do zoológico do balneário do parque 10.

Foi construído um anfiteatro para atividades artísticas , shows musicais e peças teatrais, que não aconteceu pois neste mesmo período chegaram os conjuntos habitacionais construídos pelo BNH( Banco Nacional da Habitação ).Os conjuntos Castelo Branco,no bairro do parque 10,  Costa e Silva, no bairro da raiz e Conjunto de Flôres, no bairro de Flôres, que culminaram com a poluição das águas do balneário que pertencem ao igarapé do mindú.
aImagem da internet 2016 - Anfiteatro do Parque 10
Vista aérea do balneário do parque 10 com o anfiteatro, piscina e a área onde está localizada a UEA (antiga UTAM). Do lado direito a avenida Efigênio Salles, no outro lado da avenida área com muito verde e sem a edificação de prédios e conjuntos residenciais. Àguas escuras do Mindú na piscina. Neste período o homem era parte da natureza.

O IMPACTO AMBIENTAL NO BALNEÁRIO DO PARQUE 10 DE NOVEMBRO

Assim como aconteceu com os balneários de água natural  em Manaus e nas demais cidades  do Brasil e do mundo, os rio e igarapés foram poluídos pelo “ chamado progresso “.Essa urbanização provocou um impacto ambiental é devastador. É notório que esse fator urbanístics destrói ecossistemas, principalmente os sistemas hídricos de  superfície. Neste contexto, a  poluição das águas do Igarapé do Mindú, além de ser a principal causa da interdição e posterior desativação, fixou um impacto ambiental de longo alcance, porque o local atualmente, apesar de localização privilegiada em área nobre da cidade, está em total abandono sem projeção de atividades sociais ou esportivas. O local da piscina foi aterrado e construído um canal de águas  servidas configurando um total processo de eutrofização do sistema, com impossibilidade de uso para lazer além de provocar a mortandade das espécies que predominavam. A sociedade organizada está cada vez menos tolerante aos problemas associados à poluição hídrica (BRAGA, 2005).O pesquisador registrou a imagem (2016) com o esgoto sem tratamento linkado ao leito do igarapé do Mindú, na região onde iniciava a piscina do Balneário do Parque 10.Os prédios foram destruídos pelo tempo, a área  tornou-se um matagal com grandes possibilidades de tornar um vasto depósito de doenças provocadas pelo aedes aegypti além do nível de criminalidade já existentes na área que causa problemas sociais aos moradores adjacentes ao “ balneário “.

Imagem do pesquisador 2016- Esgoto sem tratamento poluindo as águas do Igarapé do Mindú


Na imagem do pesquisador(2016).o impacto. Mostra a situação das águas que, atualmente, correm nos canais que substituíram a piscina do balneário como esgoto a céu aberto gerando o mais alto  do impacto ambiental causado por ações antrópicas. O nível de poluição das águas é relevante e pode causar sérios danos a saúde humana.Mesmo assim os moradores tomam banho e brincam nas água do Balneário do Parque 10 de Novembro como mostra a imagem do pesquisador(2016), o balanço usado nas brincadeiras nas águas contaminadas do Igarapé do Mindú
Imagem do pesquisador 2016 mostra o balanço de brincadeiras nas águas poluídas do Mindú
 Os moradores mais próximos da área do balneário,  da rua do Igarapé , bairro de Nossa Senhora das Graças ,atualmente, antes Parque 10, Adrianópolis, Vila Amazonas, despejam seus esgotos diretamente nas águas do igarapé. O lixo produzido por todas as casas da margem esquerda do riacho, acumulam, em   grande quantidade, na beira do canal das águas. Móveis de grande porte como sofás , geladeiras são  alguns dos inúmeros objetos jogados no mesmo.
imagem do pesquisador na área do estudo 2016



Mesmo com todo nível de contaminação que apresentamos, o contraste do paradoxo das fontes de águas limpas que brotam na margem direita do Mindú, na região do balneário e despejam demonstrando o quanto a capacidade predadora do homem é responsável por tudo.O processo predatório da natureza que torna água do igarapé do Mindú cinza e a água natural pura da fonte mostrada na imagem  (2016).
Imagem do pesquisador 2016 Aguas limpas de fontes naturais deságuam no leito do Mindú poluído

 No ambiente pesquisado, foram observados fatores sociais que fortalecem ao processo de eutrofização do Mindú, a falta de saneamento básico, a coleta de lixo e a falta de conscientização dos moradores quanto ao meio ambiente. Não detectamos nenhuma atividade voltada pra educação ambiental na área.
A área do antigo balneário é acoplada as casas da rua do igarapé pela  ponte registrada na imagem do pesquisador e o lixo acumulado na margem.
Imagem do pesquisador 2016

As casas estão fixas dentro do leito do igarapé e as consequências são danosas pra ambos. Os efeitos da “subida” das águas durante as chuvas são desastrosos com os moradores da área. Somente a margem esquerda é habitada. Na margem direita uma pequena fauna sobrevive ( jacarés, garças, capivaras, cobras )  no ambiente impactado.
Imagem do pesquisador 2016- Casas dentro do leito do igarapé do mindú 
As ações antrópicas e o descaso com o bem público é notório. Desde 1975 que o balneário foi desativado e depois do fato, nenhum projeto do mesmo padrão foi preparado e estabelecido pra substituir  a perda do centro de lazer. Nem mesmo a Fundação Villa Lobos , criada pra ocupar o prédio central do balneário, conseguiu objetivos culturais ignificativos. Essa é uma área  de igarapé que não foi contemplada com o PROSAMIM e portanto não há atividades direcionadas  para campanhas de conscientização relacionadas ao meio ambiente. Segundo os moradores da área, a  secretaria responsável  na cidade de Manaus (SEDEMA, nunca fez campanha educativa relacionada ao assunto .
Os fatos reais observados na pesquisa de referencia ao ambiente que formata o Balneário do Parque 10, mostra o resultado de  40 anos de sem projetos de recuperação ambiental para a área. Nenhum estudo foi projetado para atenuar o impacto ambiental provocado pela ação antrópica e o descaso com o patrimônio público. As imagem abaixo relatam de forma claro o que está acontecendo no ambiente onde já funcionou o maior balneário do Norte do País.